Você conhece a cena, ao menos nos filmes: o norte-americano enche um copo de água de torneira e bebe tranquilo.
Dá uma inveja danada em nós, brasileiros, que temos água sobrando e consciência faltando.
Primeiro que, antes de chegar na torneira de nossa casa, a água potável passa por tubulações enferrujadas e cheias de sujeira e bactérias.
Segundo que não dá para confiar nem um pouco na gestão pública da água.
Agora mesmo, aqui em São Paulo, o Ministério Público está processando a Sabesp pelo absurdo dela despejar esgoto in natura nos rios e represas. Isso que se chama jogar merda no ventilador: ela antes joga cocô na água que tratará depois.
Com um detalhezinho que pouca gente sabe: a água suja pode virar limpa, menos em hormônios e antibióticos. Não há tecnologia no mundo que consiga retirar o resíduo de milhões de remédios e hormônios derivados do sangue dos absorventes femininos, aqueles saindo pelas torneirinhas orgânicas de fazer xixi e estes descartados nos vasos sanitários.
Dos vasos para os rios e dos rios para nossas torneirinhas metálicas.
A consequência disso lá nos pântanos da Inglaterra e Estados Unidos se conhece (aqui no Bananão as nossas otoridades garantem que não há perigo): peixes, répteis e insetos trocando de sexo, machos virando fêmeas pela água contaminada.
Tudo bem, dirá o esclarecido e abonado leitor, eu só bebo água mineral.
Ótimo, parabéns, você sabe se cuidar e se livrar do perigo.
Chato apenas é que essa sua garrafinha de água provavelmente foi enchida, de graça, em alguma fonte natural e pública.
Lá em São Lourenço uma multinacional suíça já secou dois poços. Lá em Cambuquira outra multi faz a mesma coisa. Se pesquisar (www.circuitodasaguas.org, por exemplo), vai ver que essa é a prática antiga dos “fabricantes” em quase todas estâncias de águas minerais.
Um negócio milionário e maquiavélico: afinal quem fabrica a água é a natureza, basta engarrafar e vender.
Mas nem sempre se retira a água para comercializar: as vezes joga-se a água fora e tira-se apenas o gás carbônico das fontes.
E não estamos falando dos engarrafadores de fundo de quintal, que utilizam água de torneira mesmo.
É briga de cachorro grande capitalista que, fora do Brasil, vira um poodle obediente as leis do meio-ambiente.
Só existe um lugar onde os capatazes da escravidão das águas são uns anjinhos protetores ecológicos: na propaganda. Na vida real, eles mostram a face verdadeira de predadores, com plena conveniência dos governantes de ontem e de hoje.
Eles tem muita sede de lucro. E nós, de justiça.
Ulisses Tavares só confia naquela água que passarinho não bebe. Coisas de poeta.
Fonte
Dá uma inveja danada em nós, brasileiros, que temos água sobrando e consciência faltando.
Primeiro que, antes de chegar na torneira de nossa casa, a água potável passa por tubulações enferrujadas e cheias de sujeira e bactérias.
Segundo que não dá para confiar nem um pouco na gestão pública da água.
Agora mesmo, aqui em São Paulo, o Ministério Público está processando a Sabesp pelo absurdo dela despejar esgoto in natura nos rios e represas. Isso que se chama jogar merda no ventilador: ela antes joga cocô na água que tratará depois.
Com um detalhezinho que pouca gente sabe: a água suja pode virar limpa, menos em hormônios e antibióticos. Não há tecnologia no mundo que consiga retirar o resíduo de milhões de remédios e hormônios derivados do sangue dos absorventes femininos, aqueles saindo pelas torneirinhas orgânicas de fazer xixi e estes descartados nos vasos sanitários.
Dos vasos para os rios e dos rios para nossas torneirinhas metálicas.
A consequência disso lá nos pântanos da Inglaterra e Estados Unidos se conhece (aqui no Bananão as nossas otoridades garantem que não há perigo): peixes, répteis e insetos trocando de sexo, machos virando fêmeas pela água contaminada.
Tudo bem, dirá o esclarecido e abonado leitor, eu só bebo água mineral.
Ótimo, parabéns, você sabe se cuidar e se livrar do perigo.
Chato apenas é que essa sua garrafinha de água provavelmente foi enchida, de graça, em alguma fonte natural e pública.
Lá em São Lourenço uma multinacional suíça já secou dois poços. Lá em Cambuquira outra multi faz a mesma coisa. Se pesquisar (www.circuitodasaguas.org, por exemplo), vai ver que essa é a prática antiga dos “fabricantes” em quase todas estâncias de águas minerais.
Um negócio milionário e maquiavélico: afinal quem fabrica a água é a natureza, basta engarrafar e vender.
Mas nem sempre se retira a água para comercializar: as vezes joga-se a água fora e tira-se apenas o gás carbônico das fontes.
E não estamos falando dos engarrafadores de fundo de quintal, que utilizam água de torneira mesmo.
É briga de cachorro grande capitalista que, fora do Brasil, vira um poodle obediente as leis do meio-ambiente.
Só existe um lugar onde os capatazes da escravidão das águas são uns anjinhos protetores ecológicos: na propaganda. Na vida real, eles mostram a face verdadeira de predadores, com plena conveniência dos governantes de ontem e de hoje.
Eles tem muita sede de lucro. E nós, de justiça.
Ulisses Tavares só confia naquela água que passarinho não bebe. Coisas de poeta.
Fonte
oi thá, boa noite, legal...
ResponderExcluirnão conhecia este cara, bem legal ele, vou colocar umas frases dele no meu blog, legal tu ter postado, até
altecir