"Amo você como se ama um passarinho morto, como cantou manuel, como um
pássaro azul preso ao peito, como cantou bukowski. Amo-te como um
errante, como cantou vinicius, e amo-te com a alma estraçalhada por
estrelas. Amo-te como se ama a luz que não se vê, como o brilho que não
se enxerga, como a dor que não sai da gente. Amo-te como qualquer coisa
que não sei dizer. Amo-te até nas tuas falas promíscuas, quando a noite
pende e o céu abre a boca e berra. Amo-te nas constelações do zodíaco,
como um vírus inadequado num hospital para loucos. Amo-te como quem
precisa de salvação e de sossego, como quem quer libertar e não
consegue, como quem apenas vai: vai à morte, vai ao abismo, vai. Amo-te
como se ama uma perna que não se tem, um olho que não se tem, as mãos
ásperas e imundas. O amor é imundo, amor, imundo! Amo-te como quem tem
apenas mais um dia de vida e não tem nada a não ser o amor para se
livrar, se salvar. Eu me salvo quando te amo. Eu me salvo quando digo
que estou completamente apaixonado pelo seu sorriso e quando, em meio às
lágrimas, eu grito que não te quero mais. Mas eu sempre quero. Eu te
quero como um mendigo quer sair da rua e ter uma casa para morar; eu te
quero como o vazio quer ser preenchido; eu te quero como as primaveras
querem ser percebidas. Eu te quero. Eu te amo meio recolhidamente como o
caio fernando, te amo estupidamente como cantou clarice, que também
disse que a vida é um grande susto. O amor também. Amo-te como quem não
tem ninguém e por isso agarra-se à qualquer um, em qualquer um. Amo-te
como as estrelas do céu amam perder-se do bando, assim como aqueles
peixinhos se perdem do cardume. Amo-te como quem não tem o que fazer da
vida e apenas ama: apenas ama. Amo-te como quem se droga e vive da droga
e só tem a droga. Eu só tenho você. Amo-te com a escrita atrofiada pelo
teu nome. Teu nome que eu tanto sou."
Floresinexatas.
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