sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A montanha desabando, o oceano invadindo, o suicida jogando-se do vigésimo sétimo andar. Seriam mais silenciosos. O fogo alastrando, o céu ribombando, os cogumelos atômicos subindo e explodindo alegorias trágicas. Seriam mais silenciosos. O mudo gemendo, a perna amputada sem anestesia, a lepra corroendo os tecidos do corpo e o baque do acidente matinal do trânsito caótico. Seriam mais silenciosos - se ouvissem a minha dor que não escapa pela boca, a minha dor de quem desmorona, queima, infecciona e estilhaçado está, a minha dor de cura incerta, inexata, escapatória encurralado. A minha dor de quem escreve.
- Claudia, uma criança que só tem dedos manchados de tinta de caneta.

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