domingo, 18 de dezembro de 2011

Companheiro Fiel

Se estou trabalhando
– seja a que hora for –
Gatinho se deita ao lado
do meu computador.

Se vou para a sala
E deito no sofá,
Ele logo vai pra lá.

Se à mesa me sento a escrever poesia
e da sala me ausento
pela fantasia, volto à realidade
quando, sem querer,
toco de revés
numa coisa macia.

Já sei, não pago dez:
é o Gatinho que sem eu saber
veio de mansinho
deitar-se a meus pés.

Ferreira Gullar, do livro infantil "Um gato chamado Gatinho"

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