sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Especialista esclarece os sinais que demonstram a afetuosidade dos gatos
Muitas pessoas ainda insistem, de forma equivocada, em comparar o temperamento de gatos e cães. Nessa “disputa” desleal, os felinos muitas vezes “perdem” e acabam sendo apontados como individualistas, traiçoeiros e insensíveis.
Essa visão distorcida é resultado da interpretação errada dos sinais e das demonstrações de afetuosidade dos gatos, conforme esclarece a Dra. Elaine Pessuto, médica veterinária e diretora do CETAC – – Centro de Ensino e Treinamento em Anatomia e Cirurgia Veterinária. “Infelizmente quem nunca teve gatos tem esse hábito, ao comparar a pessoa acaba caindo no erro de achar que gatos são insensíveis ou até mesmo traiçoeiros, pois não conseguem perceber as demonstrações de incômodo ou mesmo de felicidade desses animais”, salienta a médica.
Dra Elaine Pessuto abraçada com gatinho (Foto: Divulgação)
Todas as pessoas, mesmo as que não convivem com cães, sabem identificar quando os cães estão felizes: eles abanam o rabo. Mas como sabemos quando os gatos estão felizes? Esse desconhecimento faz com que os felinos sejam incompreendidos.
“Os gatos expressam satisfação através de um barulho semelhante a um ronco leve, esse movimento chega até a vibrar sua garganta e tórax, levando as pessoas leigas a acreditarem que ele possa estar doente, com asma ou pneumonia. Esse movimento é chamado ronronar”, esclarece a Dra. Elaine.
Ainda de acordo com a especialista, outra forma do felino demonstrar sua felicidade com alguma coisa ou pessoa é se esfregar ou mesmo “amassar pão”, movimento constante feito com as patinhas. “Eles fazem isso, pois possuem glândulas na região da boca e da mão; essas glândulas deixam uma secreção nos objetos e nas pessoas que eles gostam, um sinal de dizer que ‘isso’ é adorado por eles e conseqüentemente deles”, explica.
Outra peculiaridade é a forma como sinalizam sua insatisfação com determinada situação. “Ele pode demonstrar insatisfação movimentando suas orelhas para trás, elas são verdadeiros termômetros de humor, quanto mais para trás maior é a insatisfação. Outra forma de mostrar chateação é através da cauda, com um movimento ritmado como se ele orquestrasse, e a velocidade desse movimento pode ficar cada vez rápida se o que o incomoda persistir”, destaca.
Segundo a médica veterinária os gatos são extremamente participativos e comunicativos, além de serem sociáveis com pessoas e outros animais. Assim como os cães, eles também precisam de atenção e carinho. “Tudo depende de como eles são criados. Devemos manter o vínculo de carinho e proteção. Nada de deixar os gatos saírem e não alimentá-los; pires de leite de vez em quando não é dieta balanceada para gatos, fora a necessidade de castração e de manter o animal sem sair. Carinho e alimento irão manter qualquer animal bem feliz junto ao seu tutor”, orienta Dra. Elaine Pessuto.
Embora carinhosos, os gatos são animais que conseguem manter uma certa independência, o que a maioria dos cães não consegue. Os gatos, quando ligados emocionalmente, encaram seus tutores como ‘pais’.
E para aquelas pessoas, que por desconhecimento, ainda insistem em dizer que os gatos não gostam de carinho, a médica veterinária reforça: “O gato adora carinho e também sabe dar carinho, a maneira como eles fazem é que é diferente. Quando eles esfregam o focinho e o rosto nas pessoas eles estão esfregando suas glândulas oronasais e molares e eles só fazem isso em pessoas ou objetos que eles adoram. Isso para os gatos é carinho”.
Fonte
Essa visão distorcida é resultado da interpretação errada dos sinais e das demonstrações de afetuosidade dos gatos, conforme esclarece a Dra. Elaine Pessuto, médica veterinária e diretora do CETAC – – Centro de Ensino e Treinamento em Anatomia e Cirurgia Veterinária. “Infelizmente quem nunca teve gatos tem esse hábito, ao comparar a pessoa acaba caindo no erro de achar que gatos são insensíveis ou até mesmo traiçoeiros, pois não conseguem perceber as demonstrações de incômodo ou mesmo de felicidade desses animais”, salienta a médica.
Dra Elaine Pessuto abraçada com gatinho (Foto: Divulgação)
Todas as pessoas, mesmo as que não convivem com cães, sabem identificar quando os cães estão felizes: eles abanam o rabo. Mas como sabemos quando os gatos estão felizes? Esse desconhecimento faz com que os felinos sejam incompreendidos.
“Os gatos expressam satisfação através de um barulho semelhante a um ronco leve, esse movimento chega até a vibrar sua garganta e tórax, levando as pessoas leigas a acreditarem que ele possa estar doente, com asma ou pneumonia. Esse movimento é chamado ronronar”, esclarece a Dra. Elaine.
Ainda de acordo com a especialista, outra forma do felino demonstrar sua felicidade com alguma coisa ou pessoa é se esfregar ou mesmo “amassar pão”, movimento constante feito com as patinhas. “Eles fazem isso, pois possuem glândulas na região da boca e da mão; essas glândulas deixam uma secreção nos objetos e nas pessoas que eles gostam, um sinal de dizer que ‘isso’ é adorado por eles e conseqüentemente deles”, explica.
Outra peculiaridade é a forma como sinalizam sua insatisfação com determinada situação. “Ele pode demonstrar insatisfação movimentando suas orelhas para trás, elas são verdadeiros termômetros de humor, quanto mais para trás maior é a insatisfação. Outra forma de mostrar chateação é através da cauda, com um movimento ritmado como se ele orquestrasse, e a velocidade desse movimento pode ficar cada vez rápida se o que o incomoda persistir”, destaca.
Segundo a médica veterinária os gatos são extremamente participativos e comunicativos, além de serem sociáveis com pessoas e outros animais. Assim como os cães, eles também precisam de atenção e carinho. “Tudo depende de como eles são criados. Devemos manter o vínculo de carinho e proteção. Nada de deixar os gatos saírem e não alimentá-los; pires de leite de vez em quando não é dieta balanceada para gatos, fora a necessidade de castração e de manter o animal sem sair. Carinho e alimento irão manter qualquer animal bem feliz junto ao seu tutor”, orienta Dra. Elaine Pessuto.
Embora carinhosos, os gatos são animais que conseguem manter uma certa independência, o que a maioria dos cães não consegue. Os gatos, quando ligados emocionalmente, encaram seus tutores como ‘pais’.
E para aquelas pessoas, que por desconhecimento, ainda insistem em dizer que os gatos não gostam de carinho, a médica veterinária reforça: “O gato adora carinho e também sabe dar carinho, a maneira como eles fazem é que é diferente. Quando eles esfregam o focinho e o rosto nas pessoas eles estão esfregando suas glândulas oronasais e molares e eles só fazem isso em pessoas ou objetos que eles adoram. Isso para os gatos é carinho”.
Fonte
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Meu vermelho é tão confiante que ele faz brilhar troféus de guerra e Fitas de euforia
O laranja é jovem, cheio de audácia,
Mas muito inseguro na primeira visita
Meu amarelo nesse caso não é tão maduro
Na verdade, eu estou tentando dizer que ele é tão assustado quanto eu
E todas essas minhas emoções continuam me impedindo,
é,
de entregar minha vida para um arco-íris como você
Bold As Love, Jimi Hendrix
Especismo
Um assunto muito divulgado recentemente em todo o Brasil, o assassinato do cãozinho yorkshire comoveu muitas pessoas nas redes sociais a se manifestarem contra a enfermeira autora de tal atrocidade.
De fato as imagens revelam o animal indiscutivelmente indefeso ser sacrificado por um ser humano, algo sem dúvida revoltante. Proponho a pensarmos: Por que ignorar e negligenciar a a morte igualmente violenta de bilhões de animais ano após ano?
Nos matadouros, granjas e fazendas ocorrem atrocidades o tempo todo (veja aqui, não feche os olhos, a dor é explícita) onde estará a solidariedade para estes animais que agonizam de dor?
Se você se indignou com a morte do cãozinho por que releva milhões de outras mortes?
Se você é contra o RACISMO e o SEXISMO não faz sentido alimentar o ESPECISMO
Quando desprezamos estes fatos, nos tornamos cúmplices das diversas atrocidades que sofrem os animais.
"Vivemos um momento inédito, pudemos presenciar a força que os internautas tem quando buscam um objetivo, talvez, a revolta de todos nós pelo Facebook, orkut tenha agilizado o Ministério público e a polícia na busca da assassina... por que não nos revoltamos pela vergonha da educação brasileira? Onde comediantes estão no controle do país e recebem altos números de votos. O que estamos fazendo?"
Temos uma grande arma nas mãos e não estamos sabendo administrá-las.
Por Willian Santos
Fonte
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Cachorro cuida de companheiro cego no Reino Unido
A amizade e a solidaridade não são dádivas exclusivas do homem, a prova disse é a relação que é mantida por dois pugs no Reino Unido – um atua como os olhos do outro, pois um dos cães e cego e não pode se manter sozinho. As informações são do Daily Mail.
Franky (preto) guia Elly até a comida e água (Foto: Reprodução)
Os cachorros, ambos de 4 anos, são inseparáveis. Elly de cor clara fareja seu amigo, e Franky o leva para todos os lugares. Mas a relação especial que a dupla mantém também representa um desafio. Os animais estão sendo mantidos em um lar cães sem tutores pois os voluntários não encontram quem adote os dois animais.
Um porta voz do local, que fica em South Wales, no Reino Unido, relatou que a dupla de pugs foi encontrada em condições, precárias. De acordo com o tratador, Franky é extremamente assustado e arredio, mas também brincalhão, já Elly que é cego é muito afetuoso e carinhoso.
Animais ficam o tempo todo juntos (Foto: Reprodução Internet)
Franky e Elly precisam ser castrados antes de serem realojados, mas os veterinários estão confiantes de que os cães serão um deleite para qualquer pessoa disposta a levá-los.
Fonte
Franky (preto) guia Elly até a comida e água (Foto: Reprodução)
Os cachorros, ambos de 4 anos, são inseparáveis. Elly de cor clara fareja seu amigo, e Franky o leva para todos os lugares. Mas a relação especial que a dupla mantém também representa um desafio. Os animais estão sendo mantidos em um lar cães sem tutores pois os voluntários não encontram quem adote os dois animais.
Um porta voz do local, que fica em South Wales, no Reino Unido, relatou que a dupla de pugs foi encontrada em condições, precárias. De acordo com o tratador, Franky é extremamente assustado e arredio, mas também brincalhão, já Elly que é cego é muito afetuoso e carinhoso.
Animais ficam o tempo todo juntos (Foto: Reprodução Internet)
Franky e Elly precisam ser castrados antes de serem realojados, mas os veterinários estão confiantes de que os cães serão um deleite para qualquer pessoa disposta a levá-los.
Fonte
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Polícia chinesa mata tigre que escapou de zoológico
Policiais chineses mataram com um tiro uma fêmea de tigre siberiano de nove anos que tinha escapado de um zoológico da cidade de Wuhu, informou a imprensa estatal nesta terça-feira.
De acordo com a agência “Xinhua”, o animal saiu de sua jaula após a falta de atenção de um de seus cuidadores, que se esqueceu de fechá-la após alimentar o tigre, que fugiu para um parque no centro da cidade e causou pânico entre os moradores.
Depois que os responsáveis pelo zoológico advertiram que o animal poderia mostrar agressividade, 12 policiais foram mobilizados na ação, rodearam e assassinaram o animal.
O tigre siberiano, que no país também é conhecido como “tigre do nordeste da China”, é maior que outros animais da espécie, tem cor mais clara, em algumas ocasiões branca, e é um dos mamíferos com maior risco de extinção. A estimativa é de que cerca de 500 exemplares vivam em estado selvagem, a maioria na Rússia.
No ano passado, a morte de 13 tigres em um zoológico do nordeste da China por falta de alimentação fez com que as autoridades do país prometessem melhores condições para estes animais em cativeiro.
Nota da Redação: Quantos crimes cometidos em uma única história… O primeiro deles destruir os habitats; o segundo, aprisionar os animais para a curiosidade mórbida de alguns animais humanos; terceiro, matar uma tigresa que apenas buscava viver livremente, de acordo com a sua natureza. Ela é mais uma vítima inocente entre tantos outros milhões de animais que são submetidos diariamente à exploração cruel da humanidade. Vivemos um holocausto animal. Isto tem que acabar.
Fonte
De acordo com a agência “Xinhua”, o animal saiu de sua jaula após a falta de atenção de um de seus cuidadores, que se esqueceu de fechá-la após alimentar o tigre, que fugiu para um parque no centro da cidade e causou pânico entre os moradores.
Depois que os responsáveis pelo zoológico advertiram que o animal poderia mostrar agressividade, 12 policiais foram mobilizados na ação, rodearam e assassinaram o animal.
O tigre siberiano, que no país também é conhecido como “tigre do nordeste da China”, é maior que outros animais da espécie, tem cor mais clara, em algumas ocasiões branca, e é um dos mamíferos com maior risco de extinção. A estimativa é de que cerca de 500 exemplares vivam em estado selvagem, a maioria na Rússia.
No ano passado, a morte de 13 tigres em um zoológico do nordeste da China por falta de alimentação fez com que as autoridades do país prometessem melhores condições para estes animais em cativeiro.
Nota da Redação: Quantos crimes cometidos em uma única história… O primeiro deles destruir os habitats; o segundo, aprisionar os animais para a curiosidade mórbida de alguns animais humanos; terceiro, matar uma tigresa que apenas buscava viver livremente, de acordo com a sua natureza. Ela é mais uma vítima inocente entre tantos outros milhões de animais que são submetidos diariamente à exploração cruel da humanidade. Vivemos um holocausto animal. Isto tem que acabar.
Fonte
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Cães compartilham as mesmas emoções de seus tutores, diz estudo
Um estudo conduzido pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, de Portugal, afirmou que os cães são capazes de ter empatia com os humanos a ponto de compartilhar as mesmas emoções de seus tutores.
O estudo ainda diz que essa empatia vai além de uma simples cópia do comportamento humano.
Os animais domésticos, principalmente os cães, podem ficar “aborrecidos” como crianças quando expostos a situações familiares de conflito.
Além disso, mesmo os animais não treinados têm a habilidade de esboçar alguma reação em situações reais de emergência.
Outro estudo ainda revelou que os cãezinhos usados em terapias acabam sendo afetados física e emocionalmente por seu trabalho, necessitando de massagens e calmantes depois das sessões.
As hipóteses levantadas pelas pesquisadoras portuguesas para esse comportamento são pelo fato dos cães serem descendentes dos lobos, animais altamente sociais e cooperativos.
Além disso, a seleção feita pela domesticação pode ter escolhido cães mais inteligentes e mais sincronizados com os sentimentos humanos.
Fonte: Folha de SP
O estudo ainda diz que essa empatia vai além de uma simples cópia do comportamento humano.
Os animais domésticos, principalmente os cães, podem ficar “aborrecidos” como crianças quando expostos a situações familiares de conflito.
Além disso, mesmo os animais não treinados têm a habilidade de esboçar alguma reação em situações reais de emergência.
Outro estudo ainda revelou que os cãezinhos usados em terapias acabam sendo afetados física e emocionalmente por seu trabalho, necessitando de massagens e calmantes depois das sessões.
As hipóteses levantadas pelas pesquisadoras portuguesas para esse comportamento são pelo fato dos cães serem descendentes dos lobos, animais altamente sociais e cooperativos.
Além disso, a seleção feita pela domesticação pode ter escolhido cães mais inteligentes e mais sincronizados com os sentimentos humanos.
Fonte: Folha de SP
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
O Gato é ingrato?
Dizem que gato
é muito ingrato
e indiferente:
só gosta da casa
não gosta de gente.
Mas é puro boato.
Quem isso inventou
Não gosta de gato.
Pois o nosso Gatinho
tem verdadeiro horror
de ficar sozinho.
Prefere estar junto
do dono ou de alguém que
lhe queira bem.
E se o dono viaja,
fica miando
por ele buscando
por toda a casa.
E quando ele chega fica tão
contente que sai em carreira
pela casa inteira.
É assim que ele diz,
lá à sua maneira,
o quanto está feliz .
Ferreira Gullar
é muito ingrato
e indiferente:
só gosta da casa
não gosta de gente.
Mas é puro boato.
Quem isso inventou
Não gosta de gato.
Pois o nosso Gatinho
tem verdadeiro horror
de ficar sozinho.
Prefere estar junto
do dono ou de alguém que
lhe queira bem.
E se o dono viaja,
fica miando
por ele buscando
por toda a casa.
E quando ele chega fica tão
contente que sai em carreira
pela casa inteira.
É assim que ele diz,
lá à sua maneira,
o quanto está feliz .
Ferreira Gullar
Brasil: o país da mentira
Brasil. Um país de vulgares abençoados. De terras encapadas de concreto e sem ciclovias. Um país de altos impostos para alimentar políticos safados. Terra de Lulas cínicos. De bundas em telenovelas. De gente gananciosa andando com ar de vitória. Onde a pobreza miserável contrasta com as mansões nos condomínios fechados. País feito para quem se encaixa numa sociedade doente. Feito para os que gastam o tempo sem deixar uma nesga de luz neste mundo. Feito para os que pairam na superfície. Terra da exclusão. Das regras podres. Da sonolência e da mentira. Terra contaminada a despeito de suas belezas raras.
Terra do cinismo, de Malufs risonhos, de um povo esquecido de si mesmo.
E ainda me espanto. Me espanto ao saber que uma assassina responderá em liberdade. Mesmo com todas as provas. Com gente de vários países pedindo justiça. Ainda assim, o Brasil mostra a quem serve. Devemos achar normal que uma mulher que mata o próprio cachorro pague uma cesta básica. E eu ainda me espanto…
Por Fernanda Franco
Terra do cinismo, de Malufs risonhos, de um povo esquecido de si mesmo.
E ainda me espanto. Me espanto ao saber que uma assassina responderá em liberdade. Mesmo com todas as provas. Com gente de vários países pedindo justiça. Ainda assim, o Brasil mostra a quem serve. Devemos achar normal que uma mulher que mata o próprio cachorro pague uma cesta básica. E eu ainda me espanto…
Por Fernanda Franco
Fonte
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Somos todos de carne
Por Lia Harna
Comer carne, um ato aparentemente banal, traz uma série de implicações para a saúde das pessoas, o meio ambiente e o bem-estar dos animais que muitas vezes nem passam pela cabeça de quem consome. Mas nem tudo está perdido... Ainda. Informe-se e coma melhor
Quando compramos uma bandeja de carne no supermercado ou pedimos um inocente hambúrguer, pouca gente se dá conta de que ali está um pedaço de um animal. E que aquela refeição tem cada vez mais impacto no meio ambiente. Foi-se o tempo em que a maioria da carne vinha de fazendas onde os animais eram criados soltos e podiam, bem ou mal, viver como sua espécie deveria viver.
O que comemos hoje na maior parte é fruto de uma criação em escala industrial, na qual os animais são geneticamente preparados, têm a mobilidade restrita em confinamentos superlotados e estressantes e recebem uma dieta carregada de aditivos. A produção, o tratamento e o abate muitas vezes são feitos de maneira cruel e dolorosa. Informações que passam bem longe de cardápios e rótulos. “A carne é uma indústria de US$ 140 bilhões anuais, que ocupa perto de um terço de todo o território do planeta, molda os ecossistemas do oceano e pode determinar o futuro do clima da Terra”, diz Jonathan Safran Foer no livro Comer Animais, em que relata como funciona a produção da carne em escala industrial. Como muitos que decidiram explorar o assunto, virou vegetariano convicto.
A seguir, reunimos dados que mostram o que está por trás dos pedaços de animais oferecidos em restaurantes e supermercados. Não consegue, nem quer, viver sem carne? Tudo bem. Mas é bom que saiba o que isso significa. Para você e para o resto do planeta.
Porcos têm linguagem. Com frequência atendem quando são chamados (pelos humanos e pelos outros porcos), gostam de brinquedos (e têm seus favoritos) e são capazes de jogar videogames com controles adaptados aos focinhos.
Porcos de granja normalmente são abatidos quando chegam a cerca de 100 kg. Se continuassem a viver, poderiam passar dos 350 kg.
Por conta própria, os leitões tendem a ser desmamados com cerca de 15 semanas, mas nas granjas industriais eles são desmamados com 15 dias. Com essa idade, não conseguem digerir direito comida sólida, por isso recebem remédios contra diarreia.
Uma série de antibióticos, hormônios e outros produtos farmacêuticos na comida dos animais mantém a maioria deles viva até o abate, a despeito das condições de higiene e confinamento em que são mantidos. Não é incomum porcos aguardando o abate terem ataques cardíacos ou perderem a capacidade de se locomover.
Com 38 milhões desses animais, o Brasil é o quinto maior produtor de carne suína do mundo, atrás de China, EUA, Alemanha e Espanha.
Criações de Porcos em extremo confinamento são laboratórios ideais para o aparecimento de novos vírus que podem nos infectar. Infectologistas apontam que as criações intensivas de porcos e frangos são as mais perigosas fontes de vírus potencialmente letais aos humanos.
A pesca de atum provoca a morte de outras 145 espécies capturadas por acidente, incluindo baleias, tubarões, arraias e tartarugas. Para produzir cada prato de sushi de atum é necessário outro prato de 1,5 m de diâmetro para conter todos os animais que foram mortos “sem querer” durante a pesca.
De cada dez atuns, tubarões e outros grandes peixes que viviam nos oceanos há cem anos sobrou apenas um. Muitos cientistas preveem o colapso de todas as espécies - alvos de pesca em menos de 50 anos.
Antigamente os pescadores localizavam os cardumes de atum e então os puxavam no braço, um por um, com vara, linha e gancho. Hoje isso é passado, são usadas pesca de arrastão ou espinhel.
1,4 bilhão de anzóis são lançados por ano com espinhel (em cada um é usado como isca carne de peixe, lula ou golfinho).
Quase todos os peixes e frutos da pesca hoje contêm traços de mercúrio, metal tóxico que se acumula no organismo dos animais (humanos também) e pode afetar o sistema nervoso e causar demência. O risco varia de acordo com a quantidade e a espécie de peixe consumida.
Quanto maior o peixe e quanto mais tempo ele tiver de vida maiores são as chances de acumular o metal. Segundo a FDA (agência que controla alimentos e medicamentos dos EUA), tubarão, peixe-espada e cavalinha são espécies que devem ser evitadas.
A maioria do salmão que comemos vem da aquicultura. Uma fonte de problemas nessa atividade é a presença abundante de parasitas que prosperam em águas não correntes – em número 30 vezes maior do que o normal.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e possui o segundo maior rebanho, com 205 milhões de bois e vacas – mais do que um animal por habitante. O rebanho só fica atrás do da Índia, onde é proibido matar vacas.
A pecuária é a causa número um das mudanças climáticas. Estudos da ONU apontam que o setor é responsável por 18% das emissões de gás estufa, 40% a mais que todos os meios de transporte do mundo – carros, caminhões, trens e navios – juntos.
O Brasil é o quarto maior emissor mundial de gases de efeito estufa, principalmente por causa das queimadas e do desmatamento da Amazônia. A criação de bovinos é responsável por 80% do desmatamento da floresta brasileira, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Nos anos recentes, a cada 18 segundos 1 hectare da Amazônia foi convertido em pasto.
O maior consumidor mundial de carne bovina são os Estados Unidos, seguidos de União Europeia e Brasil. Segundo o IBGE, cada brasileiro consome em média 34,7 quilos de carne bovina por ano.
Para produzir 1 quilo de carne de boi são necessários 15 mil litros de água. A produção de 1 quilo de arroz consome 3 mil litros de água.
Por meio de arrotos e flatulências, o boi libera metano, um gás com potencial de efeito estufa 20 vezes maior do que o dióxido de carbono.
Um dos principais alvos de críticas dos grupos de defesa dos animais é a produção da vitela, a carne de bezerros. Sua maciez e brancura vêm do fato de que os animais são alimentados apenas com leite e criados em baias minúsculas, que os impedem de se locomover e criar músculos.
Produtores de ovos muitas vezes manipulam a comida e a luz a fim de aumentar a produtividade. O objetivo é reprogramar o relógio biológico das galinhas para que comecem a pôr os ovos mais cedo. Galinhas criadas em escala industrial põem mais de 300 ovos por ano – duas ou três vezes mais do que na natureza.
A maioria dos filhotes machos das galinhas poedeiras é destruída por não terem “valor comercial”. Boa parte dos pintinhos é sugada por canos até uma placa eletrificada. Outros são enviados para trituradores.
Na produção industrial, a galinha não é criada de forma livre – não pode andar, ciscar e reproduzir seu comportamento natural. Muitas vezes até quatro animais são colocados numa mesma gaiola de meio metro quadrado. O estresse do confinamento e da superlotação provoca o canibalismo. Para não correr o risco de uma galinha devorar a outra, os bicos são cortados desde cedo.
Assim como os porcos, aves criadas dessa forma industrial são focos para o aparecimento de novos vírus que podem infectar o homem.
As galinhas de antigamente tinham uma expectativa de vida de 15 a 20 anos, mas o frango de corte moderno é abatido em seis semanas.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango, atrás dos EUA e da China. Em 2009 foram abatidos 4,7 bilhões de frangos no país.
Fonte
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Dez
Há muito mais noite do que sobre as torres e as pontes:
e dela se avistam de outra maneira os longos prados sucessivos,
o limo, as conchas, os frágeis esqueletos,
a crespa vaga paralisada em húmus,
despedida para sempre do mar.
Para quem trabalha o flamejante universo?
Para quem se afadiga amanhã o corpo do homem transitório?
Para quem estamos pensando, na sobre-humana noite,
numa cidade tão longe, numa hora sem ninguém?
Para quem esperamos a repetição do dia,
e para quem se realizam estas metamorfoses,
todas as metamorfoses,
no fundo do mar e na rosa-dos-ventos,
numa vigília humana e na outra vigília ,
que é sempre a mesma, sem dia, sem noite,
incógnita e evidente?
Abraçava-me a noite nítida,
à exata noite que aparece e desaparece no seu justo limite,
à noite que existe e não existe,
e murmura aos seus ouvidos sucessivos:
"Não quero mais dormir, nunca mais...nunca..." E a noite
levava meus olhos e meu pensamento,
levava-os, entre as estrelas antigas,
entre estrelas nascentes
- e eram muito menores
que as letras das palavras do meu grito.
Doze Noturnos Da Holanda, Cecília Meireles
e dela se avistam de outra maneira os longos prados sucessivos,
o limo, as conchas, os frágeis esqueletos,
a crespa vaga paralisada em húmus,
despedida para sempre do mar.
Para quem trabalha o flamejante universo?
Para quem se afadiga amanhã o corpo do homem transitório?
Para quem estamos pensando, na sobre-humana noite,
numa cidade tão longe, numa hora sem ninguém?
Para quem esperamos a repetição do dia,
e para quem se realizam estas metamorfoses,
todas as metamorfoses,
no fundo do mar e na rosa-dos-ventos,
numa vigília humana e na outra vigília ,
que é sempre a mesma, sem dia, sem noite,
incógnita e evidente?
Abraçava-me a noite nítida,
à exata noite que aparece e desaparece no seu justo limite,
à noite que existe e não existe,
e murmura aos seus ouvidos sucessivos:
"Não quero mais dormir, nunca mais...nunca..." E a noite
levava meus olhos e meu pensamento,
levava-os, entre as estrelas antigas,
entre estrelas nascentes
- e eram muito menores
que as letras das palavras do meu grito.
Doze Noturnos Da Holanda, Cecília Meireles
domingo, 18 de dezembro de 2011
Companheiro Fiel
Se estou trabalhando
– seja a que hora for –
Gatinho se deita ao lado
do meu computador.
Se vou para a sala
E deito no sofá,
Ele logo vai pra lá.
Se à mesa me sento a escrever poesia
e da sala me ausento
pela fantasia, volto à realidade
quando, sem querer,
toco de revés
numa coisa macia.
Já sei, não pago dez:
é o Gatinho que sem eu saber
veio de mansinho
deitar-se a meus pés.
Ferreira Gullar, do livro infantil "Um gato chamado Gatinho"
– seja a que hora for –
Gatinho se deita ao lado
do meu computador.
Se vou para a sala
E deito no sofá,
Ele logo vai pra lá.
Se à mesa me sento a escrever poesia
e da sala me ausento
pela fantasia, volto à realidade
quando, sem querer,
toco de revés
numa coisa macia.
Já sei, não pago dez:
é o Gatinho que sem eu saber
veio de mansinho
deitar-se a meus pés.
Ferreira Gullar, do livro infantil "Um gato chamado Gatinho"
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
A memória dos animais
Um psicólogo de animais examinou a memória de um boi que, após dois anos, não havia esquecido o que havia visto no matadouro.
O psicólogo de animais Patfield comprou um bezerro e um boi em um matadouro de Chicago. Antes, havia combinado que os dois animais fossem "presenciar" a matança de 150 bois. Em seguida, foram levados de caminhão para um pasto com estábulo que Patfield alugou.
Patfield conseguiu que cinco dos abatedores que trabalhavam no matadouro fossem mostrados ao bezerro e ao boi, várias vezes, durante a matança. Ao longo dos dois anos seguintes, os animais adquiridos do matadouro não tornaram a ver os abatedores.
Enquanto o boi ficou sozinho, o bezerro foi encorporado a um rebanho após um ano. Patfield fez duas grandes marcas em suas orelhas. Após os dois anos, o psicólogo convidou os abatedores e os levou até o pasto onde o boi estava calmamente deitado na relva. Quando os homens desceram do carro, o boi se assustou. Levou apenas alguns segundos e se enfureceu, devastou seu estábulo e jogou-se contra a cerca de arame, onde caiu ferido. Ele gemia e urrava de medo ao ver os homens se aproximarem.
No pasto, junto com o rebanho, o bezerro marcado foi o único que fugiu quando se aproximaram os cinco homens que estavam gravados em sua memória. Ele desembestou em pânico. Esperaram, de propósito, 24 horas para procurar o animal. A equipe de busca encontrou o bezerro após cinco dias, a uma distância de 190 km, onde havia se juntado a um rebanho estranho. Havia perdido 55 quilos do seu peso.
(Texto retirado do livro "Aprendendo a respeitar a vida" de Hildegard Richter, tendo como fonte "Informationskreis Gegen" - Suíça)
Por Willian Santos
Fonte
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
6ª
Tudo cabe aqui dentro:
vejo tua casa, tuas quintas de fruta,
as mulas deixando descarregarem seirões repletos,
e os cães de nomes antigos
ladrando majestosamente
para a noite aproximada.
vejo tua casa, tuas quintas de fruta,
as mulas deixando descarregarem seirões repletos,
e os cães de nomes antigos
ladrando majestosamente
para a noite aproximada.
Tange a atafona sobre uma cantiga arcaica:
e os fusos ainda vão enrolando o fio
para a camisa, para a toalha, para o lençol.
e os fusos ainda vão enrolando o fio
para a camisa, para a toalha, para o lençol.
Nesse fio vai o campo onde o vento saltou.
Vai o campo onde a noite deixou seu sono orvalhado.
Vai o sol com suas vestimentas de ouro
cavalgando esse imenso gavião do céu.
Vai o campo onde a noite deixou seu sono orvalhado.
Vai o sol com suas vestimentas de ouro
cavalgando esse imenso gavião do céu.
Tudo cabe aqui dentro:
teu corpo era um espelho pensante do universo.
E olhavas para essa imagem, clarividente e comovida.
teu corpo era um espelho pensante do universo.
E olhavas para essa imagem, clarividente e comovida.
Foi do barco das flores, o teu rosto terreno,
e uns líquens de noite sem luzes
se enrolaram em tua cabeça de deusa rústica.
e uns líquens de noite sem luzes
se enrolaram em tua cabeça de deusa rústica.
Mas puseram-te numa praia de onde os barcos saíam
para perderem-se.
Então, teus braços se abriram,
querendo levar-te mais longe:
porque eras a que salvava.
E ficaste com um pouco de asas.
para perderem-se.
Então, teus braços se abriram,
querendo levar-te mais longe:
porque eras a que salvava.
E ficaste com um pouco de asas.
Teus olhos, porém, mediram a flutuação do caminho.
Por isso, tua testa se vincou de alto a baixo,
e tuas pálpebras meigas
se cobriram de cinza.
Por isso, tua testa se vincou de alto a baixo,
e tuas pálpebras meigas
se cobriram de cinza.
Elegia, Cecília Meireles.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Quando vier a Primavera, (7-11-1915)
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma.
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
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